top of page

Os dias dessa mãe sem a filha.


O agora me faz recordar do passado recente, especificamente ano de 2016,primeiro dias das mães que passei com minha filha nos braços. Ela estava no seu segundo mês vivenciando batalhas e igualmente muitas vitórias.Eu vivia os dias mais lindos da minha vida, não deixando que o diagnóstico difícil e o medo de perdê-la ofuscasse tamanha felicidade e aquele sentimento de ser completa, de sentir que nada me faltava tendo-a ao meu lado para amar, cuidar e proteger. Hoje,(14-05-2017) presenciei homenagens e até recebi flores.Entre a mãe com mais idade e a de menos idade, eu fui classificada como a mãe mais jovem naquele local. Possivelmente, poderia ser também a única que tão cedo já estava sem a filha no sentido definitivo.

Acreditem: não é por esta ser uma data comemorativa que a dor vai ser maior, ela é sempre ferrenha. E creio que isso é o que sente todas as mães que sepultaram um filho, ou mais de um.

Não quero fazê-los pensar que por ainda não ter outros filhos minha situação seria mais dolorosa. Definitivamente não! Perder um filho é sempre devastador, não importa quantos se tenha, o espaço de um nenhum outro pode ocupar. Sinto pesar por saber que inúmeras mães ainda não compreenderam a missão grandiosa que lhes foi confiada.

Quando assisti minha filha lutar pela vida naquele quarto de hospital, tudo que queria era ouvir alguém dizer: "a vida dela depende da sua", porquê então tudo estaria resolvido. Mas o que se tem nesses instantes é desespero, agonia, impotência... Não que a crença no milagre estivesse falhando, na verdade, era Deus me ajudando a aceitar, pois era sua soberana vontade.

Antes daquele dia eu já havia aprendido muito por meio da vida da Hadassah.Mas foi na morte dela que aprendi a maior das mensagens sobre maternidade.

Aprendi que tudo que fizer-mos por um filho, os sacrifícios, as cicatrizes no corpo, as noites de sono, os dias em hospitais, nada disso é pior do que a dor de não tê-los em nossos braços. Compreendi com isso que toda doação que fazemos da nossa vida em prol da deles faz parte dessa missão, e é só com altruísmo unido ao amor que a efetuaremos;

Há uma expressão que se diz quando notamos a rápida passagem dos dias:-"Nossa,como o tempo passa rápido!"

Um dos momentos em que a usamos é quando por exemplo presenciamos um bebê dando os seus primeiros passinhos. Quando se perde um filho ainda bebê,o pensamento diário na verdade são indagações:

-"Como seria?...Como estaria?"

Outras vezes,meu pensamentos parecem querer congelar naquele passado de doçura de quando tinha a presença da minha pequena, logo depois, encaro o choque de realidade.

Hoje, minha dor não é maior nem menor,ela é a mesma de todos os dias,pois não é como o tempo e as datas comemorativas que passam tão depressa,não,não passa!

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
bottom of page