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                                                           O INÍCIO...

Contar a história da Hadassah (Adassa) sempre me reporta ao ano de 2014, naquele ano estava com quase 4 anos de casada, quando Deus colocou em meu coração o anseio de me tornar mãe, mas eu não fazia ideia que antes de me entregar nos braços a minha benção, o SENHOR iria primeiro me ensinar o valor da maternidade e o grande privilégio de poder ser instrumento dEle para abrigar no ventre a vida que Ele mesmo estava gerando.
Em 24/12/2014 senti a grande emoção de abrir o primeiro exame Beta HCG e ler bem destacado o que tanto esperava: ………..POSITIVO. A partir daquele momento já me senti mãe! Senti todas as emoções, e fiz todos os planos incluindo aquela vida que estava sendo gerada.

Mas em 30/01/2015, pela DUM estaria com 11 semanas.E foi naquele dia que após o inicio de um sangramento e, em decorrência disso, a realização com urgência da primeira ultrassonografia, o embrião não foi visualizado, estava apenas o saco gestacional vazio.  Então escutei do médico que aquela era uma Gestação Anembrionária (Quando o embrião não se desenvolve).

O aborto espontâneo aconteceu no dia seguinte naturalmente e não foi preciso curetagem. O choque foi enorme e achava que demoraria muito para arriscar uma nova gravidez, o medo de uma outra perda era evidente, porém, Deus me consolou de maneira extraordinária e poucos meses depois, naquele mesmo ano, mês 08, dia 12, novamente ví ao abrir o resultado do exame a palavra que até hoje me traz lindas emoções: BETA HCG…………POSITIVO.

Diferente da primeira experiência, dessa vez não saí espalhando a grata notícia. Meu esposo e eu combinamos que só o faríamos após a primeira ultrassom. Sufoquei toda a vontade de dividir tamanha felicidade, e eu sabia que aquela atitude era uma forma de “escudo” contra a dor.

Com 11 semanas, quase três meses, no dia 11/09/2015, lá estava eu novamente na mesma clínica e com o mesmo médico que havia diagnósticado a gestação anembrionária.

Mas dessa vez foi diferente: o embrião, os batimentos cardíacos  e os movimentos embrionários estavam PRESENTES. Impossível descrever toda alegria que sentí!

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                                                   O INESPERADO DIAGNÓSTICO

Vivendo toda a felicidade da gestação e já amando e cuidando daquela vida preciosa, semanas depois, marco a ultrassonografia morfológica para o dia 17/11, quando estaria na vigésima primeira semana.

No caminho até a clínica eu não estava tão ansiosa para saber o sexo, mas sim, para me certificar de que toda a formação do bebê estaria normal, eu sabia muito bem o quanto isso é importante…

Jamais passou pela minha cabeça que o maior ensinamento e a maior prova de fé da minha vida até então, começaria alí.

Delicadamente e muito humanamente, após o término da ultrassom e de me dar a notícia de que esperava uma “mocinha” – nas palavras carinhosas do Obstetra – ele me falou que, ao avaliar o POLO CEFÁLICO, observou a dilatação de ambos os ventrículos laterais e o acúmulo do líquido cefalorraquidiano no crânio.

Foi então que me explicou detalhadamente um tipo de má formação que eu não conhecia,a HIDROCEFALIA.

Me explicou também que a circunferência cefálica até então estava normal para a idade gestacional, mas que eu precisaria acompanhar mensalmente a evolução da gravidez. Me deu todas as instruções e deixou claro que aquela era uma gestação de alto risco.

A partir dali, o coração entrava e saia da clínica em aflição, todas as vezes não havia nenhuma boa noticia humanamente falando, a não ser a certeza que “gritava” dentro de mim que o meu Deus é o Deus do impossível!

O ACOMPANHAMENTO

O tempo passou e com 31 semanas, embora graças a DEUS ela não apresentasse nenhum tipo de má formação no corpo, o contorno craniano estava aumentado, e como foi descrito na ultrassom, o cerebelo estava rechaçado em fossa posterior.

Saí da cliníca com a conclusão de um quadro que só se agravava: HIDROCEFALIA OBSTRUTIVA GRAVE e POLIDRAMNIA (volume anormal de líquido amniótico).Na última ultrassonografia, com 36 semanas, o sistema ventricular estava dilatado e com importante quantidade de liquido. A circunferência cefálica já estava em 46 cm.

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O obstetra e especialista em medicina fetal, Dr.Marcelo Marques (CRM 12193), foi o médico que desde o diagnóstico da Hidrocefalia fez o meu acompanhamento mensal. É um profissional que admiro muito pela forma tão delicada que tratou a questão, sempre de forma realista,mas jamais me passando negatividade… Recordo-me que uma das coisas que me dizia todas as vezes no final da consulta era para não desanimar e ter Fé, sempre!

Diante dos achados acima, ele recomendou a resolução da gestação com 37 semanas e por via alta (parto cesáreo).

A circunferência cefálica inviabilizava o parto normal.

Mais uma vez, meu caminho de volta para casa foi com o coração apertado e as lágrimas contidas para não deixar manifesto os temores.

 

                                                       CHEGA O GRANDE DIA…

No dia 09/03 demos entrada no hospital já com o encaminhamento para parto cesáreo. Surpreendentemente na madrugada daquela noite a bolsa se rompeu, e o medo de que ela não estivesse pronta para a batalha aqui fora foi substituído pela certeza que sim, ela estava pronta! A essa altura já me encontrava internada no hospital.

Ela nasceu as 11:57 da manhã de 10/03/2016, pesando 4,425 kg e com 48 cm de estatura. PERÍMETRO CEFÁLICO COM 48 CM. O primeiro contato foi inesquecível, ainda no bloco cirúrgico, quando a pediatra a trouxe para bem pertinho do meu rosto e pude beijá-la e dizer o quanto à amo. Nem um dia da minha vida me marcou tanto quanto aqueles minutos!Depois disso fui sedada.

A ROTINA DIURNA E NOTURNA NA UNIDADE NEONATAL

Ficar separada dela foi tão difícil quanto imaginar tudo que iria passar. Quando fui pela primeira vez lá e tive o segundo contato com minha pequena, só as lágrimas falaram por mim o quanto a amava e o quanto doía não saber quando iria sair dali ou até mesmo se iria sair com ela…

Minha rotina desde então, dia e noite, era estar lá para amamentar e fazer a ordenha manual do leite. Consta no relatório de alta que ela teve Ictericia Fisiológica,sendo necessário fototerapia bilispot (diante do quadro grave da Hidrocefalia e toda tensão do momento, isso não foi notado pela mãe aflita aqui).A TC de crânio foi realizada e após a avaliação do neurocirurgião,no dia 21/03 de 2016,já com 11 dias  na U.N, finalmente foi feita a derivação ventrículo-peritoneal (DVP) e a colocação do shunt, que ocorreu sem intercorrências.

Após a cirurgia, ela contraiu uma infecção,e então foi iniciada ANTIBIOTICOTERAPIA devido a IRAS de provável origem hospitalar.

Após tudo isso, minha guerreira evoluiu estável e saiu do berçário para o alojamento patológico, onde finalmente pude ficar com ela todo tempo.

 

                                                        A ALTA HOSPITALAR

Todas as pessoas que passam ou já passaram uma temporada no hospital vão compreender bem o que vou dizer: a expressão “Está de alta” é a frase que mais se quer ouvir junto á noticia que o paciente está bem. E foi após 24 dias que ouvi essas belas palavras rsrsrs. Poder sair de lá com nossa menina nos braços foi uma vitória e tanto!!!


                                                                AS LIÇÕES…

Durante toda a gestação ouvi a famosa frase de felicitações:”Que venha com muita saúde” Sei que a intenção da maioria é desejar coisas boas com isso, mas e se não vier?  Vamos amar do mesmo modo ou rejeitar?

Eu amei a Hadassah antes de ver sua face e independente de como viria para os meus braços, Deus verdadeiramente me ensinou o valor da maternidade antes mesmo de entregá-la em meus braços e abraços.
E continua a me lembrar disso dia após dia. 

Finalmente entendi esse amor que se doa sem esperar recompensas!!!

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(Leia também:

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“Quanto a seus filhos, eles são herança do SENHOR: o fruto do ventre é um presente de Deus.”

Salmo 127:3 (Bíblia King James Atualizada)

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