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O "desmame" jamais planejado!


Amamentar para mim foi um objetivo firmado desde o período gestacional.

E assim como havia planejado que a minha pequena ficaria em aleitamento materno exclusivo até os 6 meses assim aconteceu.

Ela faleceu pouco tempo depois que iniciamos a introdução da alimentação complementar. Em um post aqui no blog eu falei que brevemente iria contar como estava sendo a nova etapa.

Eu já havia até começado a escrever,mas, como sabem,esses planos foram interrompidos.

Entre tantas coisas que com a morte dela foram tiradas de mim de forma tão brusca,jamais passou pela minha cabeça sofrer um tipo de desmame tão doloroso! Sempre fazia planos de que quando completasse os dois anos iria iniciar o processo gradualmente.

Agora, recordando de quando ela começou a não poder mamar por causa dos vômitos, entendo que o nosso "desmame" começou desde a manhã da quarta feira (05/10).

Quando ficou em observação no primeiro hospital que fomos,além do soro, eu tentava dar para ela na seringa um pouquinho do leite que eu tirava,mas a quantidade era miníma.

No final daquele dia, o peito estava cheio e muito dolorido, lembro que sempre precisava ordenhar um pouco pra diminuir o desconforto. A saudade dos momentos que passávamos quando estava mamando também começou desde aquele dia. Um vínculo tão forte estava sendo encerrado,ali meu coração começou se despedaçar!

Na quinta feira (06/10),nem mesmo um pouquinho do leitinho da mamãe não conseguia engolir. Comecei a perceber a gravidade da situação quando mesmo molhando os lábios dela,ora com o soro e em outros momentos com o leite,ela não fazia mais nenhum movimento de sucção, a língua parecia estar travada. Foi demasiadamente sofrido viver aquela situação!

Ficava lembrando o quanto era feliz o momento em que ia mamar,quase todas as vezes em que ela começava a dar os sinais de fome eu perguntava: —"Quê "Peitim?" E ela rapidamente respondia com um sorriso ou levando a cabeça para perto do meu peito. Isso nunca esquecerei!

Mesmo com 6 meses,todas as noites ela ainda acordava ao menos uma vez para mamar.

Ah como eu amava esses momentos!

Quando escutava o chorinho ou o seu "chamado",assim que chegava ao lado do berço e a tocava,ela parava de chorar e fazia sinais de que entendia que eu iria pegá-la.

Quando era o pai que ia busca-la,se calava logo que ele á segurava nos braços,demonstrando entender que ele iria levá-la até "a fonte",como dizia meu esposo.

Eu sabia que essa ligação nossa provavelmente seria muito difícil de desligar quando chegasse a época em que o desmame fosse necessário.

Mas nunca,absolutamente em nenhuma hipótese imaginei esse tipo de desmame tão

cruel tanto para mim quanto para ela!

Além de toda a dor na alma,o peito cheio e sem ela para mamar me destruía por dentro. Passados uns 5 dias ao todo desde o dia em que já não podia mais se alimentar,(isso começou dois dias antes da morte),notei que a produção de leite havia diminuído.

A maneira que encontrei para lidar com essa questão foi tirar apenas a quantidade necessária para evitar mastite ou outras complicações,fazendo com que o corpo entendesse que devia diminuir a produção.

Tomei os cuidados necessários e sempre massageava o peito evitando que o leite empedrasse.

Embora esse processo de desmame repentino seja doloroso para o corpo,nada se compara a angústia de saber que nunca mais os momentos vividos com ela poderão ser vivenciados,essa dor jamais poderá ser curada totalmente!

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